Capela de S. Gonçalo
Apesar de ser um templo secundário, esta capela marcou com preponderância os modos de vida das populações que vivem ao seu redor. Erigida em honra de Deus e do santo, a ela acorrem os crentes, em datas festivas que também servem de referência às atividades dos calendários agrícola e religioso. Nesses dias, acorrem à capela inúmeros devotos, concretizando invocações, cumprindo promessas e realizando práticas religiosas e profanas singulares.
Desconhece-se a data de edificação desta capela. No entanto, já é referida nas Memórias Paroquiais de 1758, onde é dito que a ela acudia «algum povo a 28 de janeiro», dia da sua festa. Na fachada observa-se a inscrição «1893», ano em que sofreu uma grande intervenção.
Trata-se de uma capela de planta em cruz latina, composta por nave única, sacristia e sala da fábrica adossadas com capela-mor virada a nascente. O templo destaca-se na paisagem pela sua sobreposição ao núcleo de arquitetura vernacular que o envolve.
No domingo seguinte ao dia 19 de janeiro celebram-se, no local, as festas, religiosas e profanas, a São Gonçalo de Amarante. Tradicionalmente, a estas acorriam a pé, em grande número, romeiros de toda a região, atravessando os caminhos florestais, munidos de varapau. Na atualidade, além destes, acorre também à romaria grande número de cavaleiros e praticantes de desportos todo-o-terreno, em especial os ciclistas. Os mais devotos solicitam graças, cumprem promessas, oferecem ex-votos em cera e as raparigas solteiras puxam pela bengala do santo na esperança de arranjar namorado. As cerimónias religiosas incluem diversas eucaristias e uma procissão dominical. Nas festas profanas a comensalidade assume grande importância. No local instalam-se tabernas onde os romeiros provam vinhos verdes e carnes de porco, sobretudo rojões.
O Pe. Joaquim Antunes Azevedo refere que aqui se reuniam os fregueses que, todos os anos, eram obrigados «a ir fazer montaria aos lobos», o que atesta a existência transata desta espécie em Covelas.
São Gonçalo de Amarante é uma das devoções mais concorridas de Portugal e do Brasil. Muitas das ermidas erigidas em sua honra estão associadas aos caminhos jacobeus já que os peregrinos a Santiago também passavam por Amarante para visitar o seu túmulo.