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Igreja Paroquial de Santiago de Bougado

Praça Padre Adélio Araújo, Lagoa, Santiago de Bougado, 4785-594 Trofa

Classificada como Imóvel de Interesse Público, a Igreja Matriz de Santiago de Bougado destaca-se no topo norte do Largo do Souto da Lagoa. O projeto da igreja é de Nicolau Nasoni, à época um arquiteto que havia conquistado as entidades civis e religiosas portuenses e que por impulso de D. Diogo Mourato, personalidade de elevada cultura artística, é-lhe encomendada a obra de edificação da nova igreja de Santiago de Bougado.

Diogo Mourato, que foi abade de Santiago de Bougado antes de ser nomeado Bispo da Sé de Miranda do Douro, aqui aplicou os rendimentos da abadia de Santiago de Bougado que recebeu entre 1709 e 1749.

Em 1748 nomeou o Deão da Sé do Porto, D. Jerónimo Cernache, como seu procurador para construir o edifício. A obra foi encomendada pelo pároco de então, o Rev. Tomaz Vieira, em agosto de 1748, ao mestre-pedreiro António Rodrigues, de Minhotães, Barcelos. O desenho projetado nunca chegou a ser totalmente concluído. Segundo o Professor Doutor António Cruz, na sua obra Nasoni, Arquitecto da Igreja de Bougado, «o mestre-pedreiro António Rodrigues enganou-se nos cálculos que fêz, pois as fundações da igreja ficaram muito caras devido a não ter encontrado rocha mas sim camadas de terra e areia (...) e daí o ver-se obrigado a abandonar a obra, depois de nela haver gasto os seus próprios haveres». A sua inauguração deu-se em 1762. 

Na sua fachada, rematada por duas torres sineiras, observa-se um medalhão com a seguinte inscrição: «TODO ESTE TEMPLO/ MANDOV. FAZER POR SVA/ GRANDE PIEDADE O EX.MO SR D. DI/ OGO MARQUES MOVRATO. AB.E Q. FOI DE/ STA IG.RA E BISPO DE MIRANDA TEMPO EM/ Q ERA AB.DELLA THOMAS BARBOZA DE/ SOVZA VIEIRA ANNO DE 1754/ E FOI MANDADO REFORMAR PEL/ LA FRE.A E PELLO AB.E. DAM.MA/ GASPAR BARBOZA PIM.TA E SOL/ ANNO DE 1817». No interior destacam-se a boa qualidade dos altares de talha dourada em estilo rococó e o órgão ibérico do século XIX, construído pelo mestre organeiro Manuel de Sá Couto.

O cruzeiro, implantado no centro do largo do Souto, data de 1857. Do lado norte do cruzeiro encontra-se a mesa de audiência da antiga Confraria do Subsino. Originalmente situada do lado esquerdo da porta principal da igreja, era nesta mesa que a assembleia da confraria reunia. Até à divisão de competências civis das religiosas, no séc. XIX, era a Confraria do Subsino que representava a freguesia perante o pároco e entidades exteriores, através de um poder executivo composto por membros que eram eleitos por maioria. Deste poder executivo faziam parte o juiz, o escrivão e os mordomos.