O ofício no vale do coronado: da génese à atualidade
Nos finais do séc. XIX, tanto em S. Mamede do Coronado como em algumas freguesias do concelho da Maia, encontravam-se ainda alguns artífices que, de forma residual, produziam trabalhos de imaginária.
Em 1920, a produção de imaginária religiosa iniciou um novo ciclo em Portugal. Nesse ano, José Ferreira Thedim (1891-1971), descendente de uma família que há vários anos trabalhava nesta arte, executou a imagem para a Capelinha das Aparições, no Santuário de Fátima, a partir de uma encomenda da Casa de Fânzeres de Braga.
Em 1930 foi autorizado o culto da imagem nas Igrejas, levando a um aumento de encomendas à oficina Thedim, fazendo com que esta crescesse de forma considerável.
Em poucos anos, São Mamede do Coronado transformou-se no principal centro de produção da imaginária portuguesa. A partir dos anos setenta, o ritmo de encomendas começou a baixar e as grandes oficinas acabaram por fechar.
Na atualidade, estes profissionais trabalham, na sua maioria, em casa, um contexto oficinal reduzido, com um, dois ou três trabalhadores.